Chamado Radical - Bráulia Ribeiro

SOBRE A VIRTUDE DE SER RADICAL

DIZER QUE É possível ouvir a voz de Deus e obedecer-lhe é
tido como algo esquisito, quase banal, hoje em dia. Quase como
um guru de auto-ajuda num surto psicótico, ou um papai noel
todo-poderoso, Deus manda líderes evangélicos comprar
para si carros BMW e mansões, ajuntar ouro para re-construir
um templo de Salomão em terras tupiniquins, pedir grandes
somas a seus fiéis, fugir com dinheiro em espécie para paraísos
fiscais.
Para os mais sérios, falar com Deus parece presunçoso.
Como ele vai se ocupar comigo sendo que tem tanto em que
pensar? Como eu, um zé-ninguém, vou “servir” em alguma
coisa aos propósitos de Deus? Parece que ele é grande o suficiente
pra fazer o que ele tem de fazer sem precisar de mim.
Para acabar com essas dúvidas, basta ler a Bíblia. Houve
tantos zés-ninguém que “serviram” a Deus em seu propósito!
De fato, Deus só teve de fazer tudo pessoalmente num momento
da história e, mesmo assim, teve um ministério curto,
16 chamado radical
de apenas três anos. Quem completou seu trabalho foram
os zés, como eu e você, que acreditaram radicalmente nele.
A palavra radical assusta um pouco as pessoas hoje em dia.
Todo mundo quer é ser meio zen. Até no meio cristão consideramos
o equilíbrio como uma virtude suprema. Se alguém
está se sacrificando muito na obra, dizemos, com voz solene:
“Cuidado! Temos de ter equilíbrio”. Jogamos água fria na ousadia
e nos sonhos radicais dos jovens, dizendo-lhes que devem
se preparar para uma vida equilibrada, e até mesmo que viver
em extrema dedicação a Deus lhes trará problemas no futuro.
Curiosamente, o conceito de “equilíbrio” não é um conceito
cristão, mas grego. Platão e Aristóteles se referiram ao equilíbrio
como o lugar de felicidade e virtude. É difícil relacionar a pessoa
de Jesus a essa idéia. Jesus não tinha nada de “equilibrado”.
Ele era extremamente radical. Não trilhou o caminho mais fácil.
Foi extremo em sua crítica à religião instituída, adotou um
estilo de vida “anormal”, radicalizou em sua maneira de amar,
não se dobrando aos preconceitos e tabus de sua cultura.
Jesus não tinha como alvo a felicidade ou o bem-estar
pessoal. Seu alvo era obedecer a Deus. Aristóteles estabeleceu
que a virtude está no meio, e o budismo permeou a cultura
pós-moderna com a idéia de que o “caminho do meio” é o
melhor caminho. No entanto, a Bíblia afirma que os mornos
serão vomitados, e narra histórias de heróis da fé que tiveram
uma fé radical, a ponto de terem sido mortos ao fio da
espada, torturados, serrados ao meio. A falta de radicalismo
hoje nos induz a um cristianismo insípido, acomodado ao
formato do mundo.
Para a radicalidade de Jesus não existem padrões de vida
preestabelecidos; existe antes a obediência diária à voz do Pai..."

Trecho do livro da missionária da Jocum Bráulia Ribeiro. Quero ler...

Comentários

Aleluia, irmão Mario!!
É verdade. Enquanto terminava de ler o trecho do livro, lembrei do apóstolo Paulo e tudo o que passou, sendo ele considerado radical pelos de suas época; bem como de Estevão que morreu apedrejado, mas não negou a Cristo. E, como bem citado no trecho, nosso Maior exemplo: Jesus Cristo!!

Quando ela falou sobre "equilíbrio" e o que geralmente dizem aos que se acham servindo a Deus constantemente (jogando neles um balde de água fria), eu me identifiquei muito, porque sei bem o que é querer servir radicalmente a Deus e, de repente, enquanto estamos empolgados em servir a Deus, alguém nos diz: "Calma! Não precisa de tanto! Isso pode prejudicar sua mente, seu raciocínio."
Ai, misericórdia, viu?!!
Mas, cmo Neemias, que possamos continuar servindo a Deus sem nos deixarmos levar por esses comentários mesquinhos e até invejosos. Nosso alvo é o céu, esta vida é apenas uma passagem.

=D
Mario Gonçalves disse…
Estou nesse momento visitando seu Blog e lendo seu texto "Livres de uma vida subordinada à opiniões".

Vou deixar um comentário lá!

Obrigado pela visita e continue no propósito de espalhar a liberdade que há em Cristo Jesus!

Abraços!!

Postagens mais visitadas