Muro de Berlim e a oração da Igreja - 20 anos


"Estávamos preparados para tudo. Mas não para velas e orações." A declaração foi dada pelo membro do Comitê Central da Alemanha Oriental (RDA), Horst Sindermann, pouco antes de sua morte, e referia-se à derrubada do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. As reuniões de oração de uma igreja evangélica (protestante, de fato!) foram decisivas para a mobilização popular que derrubou aquela estrutura de concreto que separava o mundo. Hoje, 20 anos depois, a celebração inclui o convite à continuidade das orações, feito por meio da página da igreja na internet. Na igreja de São Nicolau os pastores destacam a necessidade de orar pelo ser humano como um todo, inserido no seu contexto social. Eles dizem: "Os nossos cultos de oração de paz continuarão! Trataremos com problemas de hoje -- o apoio ao desempregado e esforços para integrar estrangeiros na nossa cidade -- como tratamos com problemas no passado. As nossas intercessões e o nosso compromisso são tão necessários hoje como no passado, especialmente para as áreas críticas do mundo onde as novas guerras e os conflitos estouram constantemente".

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“O espírito de não-violência de Jesus agarrou as massas e tornou-se um poder material, pacífico. As tropas e a polícia retiraram-se. O partido e a ditadura ideológica caíram. Como diz a Bíblia: "Ele destrona os poderosos e entroniza os débeis"; "Você terá sucesso não pelo poder militar ou pela sua própria força, mas pelo meu espírito, diz o Senhor". É o que experimentamos. Houve milhares nas igrejas. Centenas de milhares nas ruas em volta do centro da cidade. Mas nenhuma janela de loja foi despedaçada. Isto foi a experiência incrível do poder da não-violência”, relata o reverendo da igreja de São Nicolau. O então líder da Alemanha Oriental, Sindermann, não soube como reagir a velas e orações.

• Lenildo Medeiros é jornalista, fundador da agência cristã de notícias Soma e pastor. lenildo@soma.org.br

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